Alguns filmes poderiam ter a sua trama resolvida rapidamente, ou sequer terem saído do papel, caso os roteiristas tivessem se preocupado com a segurança digital e adicionado uma VPN ao enredo. Mas claro que isso tiraria toda a graça e no mundo da sétima arte quase nada condiz com a realidade.
O que dizer então da cibersegurança? Quantos filmes seguem à risca e são verossímeis nesse aspecto? Apenas os documentários.
Aqui está compilada em ordem cronológica uma lista de filmes que valem a pena serem assistidos novamente, ou pela primeira vez, nos dias de hoje. Você vai se entreter em ver como o mundo digital evoluiu através do cinema.
Jogos de Guerra (1983)
Três anos antes de Matthew Broderick ser catapultado para a fama no Brasil com o clássico da Sessão da Tarde “Curtindo a Vida Adoidado” (1986), ele estrelou o filme “Jogos de Guerra”.
Este filme foi um marco na história da cibersegurança por algumas razões:
- Primeira vez que o termo firewall foi mencionado como uma barreira para impedir acesso a um computador.
- O presidente Ronald Reagan assistiu o filme, percebeu a vulnerabilidade do sistema informático norte-americano, e, no ano seguinte, a cibersegurança se tornou um dos focos principais da agenda do governo.
- Introduziu novos termos de hacking ao público geral.
O filme conta a história de um jovem que, pensando ter entrado num jogo novo, acessa o sistema de defesa dos Estados Unidos por engano e quase desencadeia a Terceira Guerra Mundial.
Em 1983 era possível, sim, encontrar uma porta dos fundos (backdoor) para acessar computadores dos governos. Tão possível que, os Estados Unidos já espiavam a China e a Rússia nessa época utilizando-se do mesmo método. A história é plausível e isso fez com que Ronald Reagan ficasse preocupado com a segurança digital da sua nação.
Já a VPN só foi inventada em 1996. Se tivesse sido inventada no início de 1983 o filme não faria muito sentido porque bastaria aos Estados Unidos utilizar seu sistema de defesa através de uma Rede Privada Virtual.
Ponto positivo para “Jogos de Guerra” que foi fiel à realidade digital da época, em quase tudo.
Johnny Mnemonic, o Cyborg do Futuro (1995)
Apenas um ano antes da VPN ser inventada, este filme estrelando Keanu Reeves estreou nos cinemas. Keanu é Johnny Mnemonic, um ser humano que transporta dados através de um implante instalado na sua cabeça.
O filme acontece num futuro nada distante, o ano de 2021. A transmissão de dados por computadores, telefones e satélites deixou de ser segura. Então, através da instalação de hardwares de memória no corpo humano, algumas pessoas trabalhavam como “carteiros” ou transmissores de dados. O que pode ser até entendido, de forma figurativa, como uma espécie de VPN humana, já que os dados estavam criptografados na cabeça de Keanu Reeves.
O filme acertou em algumas coisas e errou em várias outras ao predizer como seria o ano em que estamos vivendo agora:
- Capacidade de armazenamento: O implante de Johnny Mnemonic tinha apenas 80 Gigabytes e hoje em dia mal caberia três jogos de PS4.
- Upgrade para 320 Gigabytes: Mesmo assim é pouca memória para justificar um implante em 2021.
- Golfinhos computadores: Isto provavelmente nunca vai acontecer e esperamos que continue assim.
- Implantes de hard drives no corpo humano: Jerry Jalava é um finlandês que implantou um pen drive no seu dedo, mas é uma prótese.
- Máquinas de raio-x corporal no aeroporto: Esta foi uma previsão certeira do filme, visto que essas máquinas só começaram a ser testadas em 1998.
Por todo o sofrimento que Johnny Mnemonic passou em cada upload que fazia na sua cabeça, mais valia predizer a VPN e toda a história do filme deixaria de fazer sentido.
23 (1998)
Filme alemão sobre dois amigos que entram em computadores militares e do governo para roubar dados e vender ao serviço secreto russo.
Apesar do filme ter sido feito em 1998, ele é inspirado numa história verídica ocorrida em 1983 sobre um grupo de hackers de Hannover, e por isso é o filme mais fiel à verdade tecnológica desta lista.
Karl Koch (August Diehl) é um recém-órfão que investe sua herança na compra de um apartamento e um computador. Junto com o seu amigo eles começam a investigar teorias da conspiração e se deparam com uma backdoor para os computadores governamentais e militares dos Estados Unidos. Em plena Guerra Fria, percebem o valor das informações que têm em mãos e tentam vendê-las para a KGB.
Não é uma película futurística e portanto não faz presunções e, apesar da Rede Privada Virtual já existir em 1998, o filme é fiel aos acontecimentos que ocorreram na década de 80. Em 1998 todos os computadores dos governos já deveriam rodar apenas em redes privadas e não na Internet aberta, tornando impossível o vazamento de dados dessa forma.
Johnny English 3.0 (2018)
Aqui entramos num campo onde nada deve ser levado a sério, principalmente em relação à tecnologia; estamos falando do gênero comédia. É o último filme da trilogia de Johnny English e lida, em várias cenas, com a dificuldade do protagonista, com a idade um pouco avançada, de lidar com as tecnologias atuais.
Obviamente que em 2018 nenhum hacker conseguiria penetrar nos servidores do serviço secreto britânico e roubar os dados dos agentes. Nada é impossível e, sim, acontece de vez em quando vazamento de dados de empresas gigantescas como a Yahoo!, mas um serviço secreto de um país como a Inglaterra e Reino Unido com toda a certeza não têm backdoors ou computadores com dados sensíveis rodando numa rede aberta.
Deixando de lado o realismo e embarcando nessa comédia estrelada por Rowan ´Mr. Bean´ Atkinson, vale a pena conferir partes cômicas do filme como:
- A primeira vez que Johnny English experimenta um óculos de realidade virtual.
- A escolha de um Aston Martin antigo ao invés de um carro híbrido pelo fato do Aston não ter GPS e não ser rastreável.
- O fato de Johnny English jogar fora o celular para não ser rastreado.
O agente English faz a sua parte em proteger-se contra o rastreamento, mas talvez bastasse utilizar uma VPN no smartphone ao invés de jogar fora o aparelho. Quem não fez o seu papel em garantir a segurança digital com uma Rede Privada Virtual foi o Serviço Secreto.
Anon (2018)
Num futuro onde ninguém mais tem privacidade, uma hacker (Amanda Seyfried) encontra uma falha no sistema que pode pôr em causa todo o modo de como a sociedade está sendo gerida. Através de implantes de realidade aumentada implantados nas cabeças das pessoas no momento do nascimento, o governo visa prevenir todos os crimes e gravar tudo que os cidadãos fazem. Parece, mas não é “Minority Report”.
Imagine ter uma espécie de Google Glass implantado na sua cabeça ao nascer. Este filme da Netflix explora a falta de privacidade num futuro não distante e mostra o quão perto estamos de ter zero privacidade virtual.
Vale salientar três pontos desta película:
- Implantes de realidade aumentada: Estamos torcendo para que isto não aconteça.
- Anúncios personalizados: Anúncios projetados diretamente no campo de visão das pessoas já acontecem e mostram a pouca privacidade que temos hoje em dia. Assim como no filme, isto deve acontecer brevemente no Google Glass. Felizmente, os óculos da Google não fazem sucesso ainda.
- Visualização automática dos dados de perfil de usuário: Logo logo devem inventar um aplicativo no smartphone para isso, e muitas pessoas farão seus cadastros no aplicativo de boa-fé.
Se existe um filme que mostra o quão importante é o uso da VPN, o filme chama-se “Anon”. A privacidade é um direito de todos e estamos perdendo ela para as grandes empresas, provedores de Internet e governos.
Este filme não existiria se todos os cidadãos tivessem direito a uma VPN. Assista pela Netflix e compreenda o porquê de uma Rede Privada Virtual ser tão importante. Liberte a sua Internet e obtenha mais privacidade com a ExpressVPN.